por Bruna Araújo Jorge 18/06/2020
A importância dos dados pessoais na sociedade de hoje.
Quando conversamos com algumas pessoas sobre dados pessoais, frequentemente ouvimos: “Mas o que uma pessoa faria com meus dados pessoais?”. E a resposta para esta pergunta é: MUITA COISA.
Dados pessoais são, basicamente, informação e, desde que o mundo é mundo, quem detém informação, detém poder. Foi assim com o fogo, foi assim com as armas de fogo, e muitos outros objetos e engenhocas surgidos ao longo da história humana.
Hoje em dia o volume de dados produzidos por todas as fontes e meios, fica na casa de trilhões de gigabytes, números que sequer entraram em nossas calculadoras algum dia, e esses dados são das mais diversas naturezas.
Você já notou que o seu celular possui todas as informações que você mesmo insere, mais dados de geolocalização, dados de navegação na rede como sapatos que pesquisou, passagens aéreas, remédios, receitas, endereços, etc.., dados de saúde, e-mails enviados e recebidos, aplicativos de banco, e mais um sem número de informações?
Se você se utiliza de um Smartwatch, ainda produz dados pessoais como batimentos cardíacos, mais dados de geolocalização, horários de dormir e acordar, como foi sua noite de sono, quantos passos deu, enfim, vários outros dados que alimentam um banco de dados gigantesco chamado Big Data.
Ainda, quantas vezes você realizou uma pesquisa no seu computador e depois aquele produto apareceu várias vezes nos banners de outros sites que acessou? No feed do Instagram? Já se perguntou porque Amazon, Netflix, e outras redes fazem sugestões de leitura ou filmes que parecem muito agradar-lhe? Eles te conhecem mais do que você mesmo!
Uma coisa é certeza, dados serão produzidos cada vez mais de cada vez mais fontes. A tendência de automação das residências, por exemplo, produzira dados de tal precisão como uma geladeira inteligente que consegue ler os produtos que você tem lá dentro, seus prazos de validade e até a composição desses produtos. Consegue enxergar quão longe isso vai?
Toda essa coleta de dados não é à toa e tem uma finalidade, ainda que sua legitimidade seja questionada. Toda pessoa é um consumidor em potencial que oferece gratuita, fácil e voluntariamente informações sobre si próprio que serão utilizadas por empresas para fins comerciais. Esta é uma realidade que já existe, não podemos alterá-la, mas podemos regulamentá-la.
Você talvez já tenha se deparado com a frase “Dados são o novo petróleo”, em tradução livre para a original “Data is the new oil”, que é de autoria de Clive Humby, um matemático londrino especializado em ciência de dados. Essa expressão tem sido citada constantemente no mercado e executivos a usam para defender a ideia de que os dados são tão valiosos quanto o petróleo – o que aponta que, em tese, quem souber fazer bom uso deles e aproveitar todo seu potencial, só tem a ganhar.
E é por isso que dados pessoais são tão valiosos e serão cada dia mais. Cabe então as empresas que os tratam promover a transparência e evitar abusos na sua utilização.
